|
|
|
Batalhas diferentes, feitas com unhas e dentes em nabos, aipos e couves, fazem parte do cotidiano do Napoleão, um herói que endurece diante de um felino voraz, mas não perde a compostura numa sala de concertos
|
Com personagem central inspirado em poema de Manuel Bandeira, “As artimanhas do Napoleão e outras batalhas cotidianas” traz 28 crônicas em que a singela vida de um porquinho-da-índia é o pano de fundo para divagações a respeito da existência humana,
da natureza e da metrópole. |
|
Personagem de duas crônicas de Uma porta para um quarto escuro, primeiro livro de Antonio Cestaro, Napoleão, um porquinho-da-índia traquinas e vivaz, grande apreciador de Schubert, despertou tanto interesse nos leitores que acabou se tornando o protagonista involuntário da segunda obra do autor.
Em As artimanhas do Napoleão e outras batalhas cotidianas, um conjunto de crônicas de caráter novelístico se lidas em sequência, Cestaro volta a refletir sobre o cotidiano e a condição humana. Napoleão é vegano e, sim, está namorando. Inteligente, aprendeu a se comportar em salas de concerto e até foi sondado para participar de um desenho animado com grande campanha de mídia. Vive com o dono e a família do dono numa casa frequentada todos os dias pela Vânia, que os ajuda nos serviços domésticos.
Sua rotina é simples, mas não monótona. Eventualmente, visita o doutor Gildo, médico especializado em animais de grande porte que o atende em nome de uma amizade antiga. E é visitado frequentemente por dona Yolanda, vizinha da família e dona do gato Arquibaldo, um felino hipnotizável e benzido pelo padre Gregório.
Com esses personagens, situações banais do cotidiano e um olhar subjetivo, Antonio Cestaro constrói um conjunto de crônicas que discorrem sobre a existência e a relação das pessoas entre si, com a natureza e com a metrópole. Assim, em “Pé direito”, a compra de um tênis que servirá de cama para o Napoleão é o pretexto para uma discussão sobre ciclismo e paisagem urbana, industrialização e mão de obra infantil na China. Já a tocante “O que dizer?” fala de “literatura e das emoções humanas que as palavras não dão conta de descrever”.
Música, natureza, alegria, tristeza, poesia, concreto, psicanálise, fantasmas e os laços de amor e amizade são os temas com os quais o autor tece uma narrativa leve e cheia de sentimento, cujo fio condutor é um porquinho-da-índia octogenário, criação do grande poeta Manuel Bandeira, que Antonio Cestaro faz ressurgir em uma realidade ficcional que “aproveita os sonhos para anular os limites do tempo, da matéria e da lógica”.
As delicadas ilustrações são assinadas por Amanda Rodrigues Cestaro e procuram traduzir a singeleza do texto. Impresso em papel especial, o livro tem capa dura com relevo 3-D e três páginas desdobráveis.
|
Sobre o autor
Antonio Cestaro nasceu em 1965, é músico e empresário do setor editorial. As artimanhas do Napoleão e outras batalhas cotidianas é o seu segundo livro. A obra de estreia, Uma porta para um quarto escuro, foi lançada em 2012.
Sobre a ilustradora
Amanda Rodrigues Cestaro nasceu em 1994 e estuda design na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Fez sua estreia como ilustradora no livro Uma porta para um quarto escuro. Agora repete a parceria com o pai escritor.
Sobre o Tordesilhas
Revisitando os clássicos com criatividade, lançando autores consagrados de tradições literárias pouco ou nada conhecidas por aqui, buscando novos talentos, disponibilizando literatura de entretenimento sem perder de vista a qualidade, o TORDESILHAS oferece um catálogo nada convencional e persegue o apuro na produção de seus livros, aparatando as edições, fixando textos com rigor, convidando especialistas e tradutores renomados. Seu compromisso é com a sensibilidade curiosa e investigativa.
|